sábado, 11 de janeiro de 2014

Giovanetta - 12 de Paus



Ou Giovine Fanciulla, no baralho Vera Sibilla. Continuemos com as mulheres. E as mais jovens, agora. Como veremos, as mulheres não se tornam mais complexas com a idade. Elas nascem complexas, e as complexidades mudam apenas de natureza com o tempo.                                                    
A Giovanetta, Jovenzinha, Moça... como a chamaremos? Deve ter menos de 20 anos. Ela se veste com decoro, de acordo com o que lhe foi ensinado por seus abastados pais e tutores. Sai pouco de casa, exceto para ir para o colégio interno de moças ou à missa. Ainda não foi apresentada à sociedade, não frequenta os bailes. Ela passeia pelo jardim de casa enquanto lê um livro. Um lindo romance, talvez. E sonha com o seu príncipe encantado. Olha para o futuro, um futuro brilhante. As perspectivas são as melhores: um casamento, filhos gorduchos, a paz mundial, talvez uma carreira fabulosa. Pois ela é uma boa moça, tem disciplina, tentará fazer tudo certo. E quem faz o que é certo é recompensado, correto?

Sabemos (?) que a vida não é assim tão cor-de-rosa. Mas a Jovem, não. Não vamos culpá-la: todos nós passamos por essa fase. É essa inocência, essa confiança no futuro que nos faz enfrentar o mundo. Sem ela, nem sairíamos da casa dos nossos pais.

O jardim parece uma fotografia chapada atrás dela. Não há perspectiva, não há profundidade. E assim ela vê o mundo: sem sua profundidade, suas nuanças, os insetos escondidos nas rosas mais bonitas. Tudo é tão claro, tão óbvio! Por quê as pessoas fazem tanta confusão, se o que é certo é tão simples? Pois é... a Jovem tem uma receita pra tudo: as coisas se resolvem com vontade, com amor e com disciplina. Vá dizer a ela que nem tudo é tão simples assim... ela não acreditará em você, meu velho! Para ela, ninguém é confiável depois dos 30 anos.

“Não sou jovem o suficiente para saber tudo” (Oscar Wilde)

A Jovem Mulher mostra uma pessoa inocente, imatura, sonhadora. Sua postura rígida exala timidez, mas também pode revelar uma cabecinha dura, que desconfia da corrupção e descrença dos mais velhos. Eu leio um bocado, então não venha me dizer que não sei nada sobre a vida! É a universitária que entra pro grêmio estudantil, que vai às ruas para protestar a despeito do desespero dos pais.

Se a carta representar uma situação, é aquela em que há imaturidade excessiva. É preciso ter cuidado: que carta aparece rondando nossa menina? O Amante, com seus galanteios mais do que manjados, mas que são novos e fatais para ela?

Pelo lado positivo, nos aconselha a acreditar, nos inspira a velha confiança que tínhamos na juventude. Esquecemo-nos que essa confiança juvenil na mudança é que salva o mundo, de tempos em tempos.


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