segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

I Deliranti - 9 de Ouros



Em inglês, o nome desse arcano é Pleasure-Seekers (Buscadores de Prazer), que acho um tanto limitado.
Em italiano, I Deliranti, os Delirantes. Mas exploraremos os dois aspectos.

Encontramos uma carta um tanto cheia: três rapazes, aparentemente bêbados e apoiando-se mutuamente, caminham pelas ruas. Provavelmente estão cantando ou falando alto. Estarão à janela de alguém fazendo uma serenata, como o Amante, ou não têm objetivo algum?

Não sabemos se os rapazes são amigos ou se uniram pela bebida. Nesse momento, são solidários entre si. E corajosos para fazer uma cena pelas ruas, talvez até para machucar alguém ou algo ainda pior. Além de não estarem sóbrios, estão em grupo. E sabemos que, em grupo, fazemos coisas que não faríamos sozinhos. Somos um outro corpo, uma outra entidade. Para o bem e para o mal.

A carta é cheia, portanto, de emoções voláteis, explosivas. Eles fazem barulho, recebido como agressão por algumas pessoas. Se houver uma pessoa-alvo da cantoria, ainda pode deixar essa pessoa um tanto embaraçada com a situação. Nesse aspecto, representa certa confusão emocional que torna os Deliranti insensíveis aos outros, aos limites da interação.

Também é o escândalo, o furo jornalístico: algo reservado que é exposto em praça pública, um segredo espalhado aos quatro ventos, alguém que “coloca a boca no trombone”: um vídeo escandaloso espalhado pelo Youtube, fotos íntimas distribuídas na internet, um caso extraconjugal que sai nos tablóides etc.

É preciso tomar cuidado com decisões súbitas, pois o consulente pode estar um pouco confuso ou sob influência de outras pessoas. Talvez o melhor seja esperar um pouco.

Mas nem tudo é sobriedade. Tem hora em que a gente precisa mesmo relaxar, divertir-se com os amigos. Precisamos de um empurrãozinho para sair, ou para tomar algumas decisões importantes. A carta fala também sobre amizade, apoio, diversão. Aqueles momentos leves com as pessoas que amamos e que levamos pra sempre. A algazarra no trabalho, porque ninguém merece ficar sério no lugar onde passamos a maior parte do tempo. A algazarra dos tempos de escola, os trotes telefônicos inofensivos, apertar a campainha do vizinho e sair correndo. As melhores lembranças, a alegria mais genuína.

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