segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Casa - 2 de Copas



Uma casa grande com todas as janelas fechadas. Vemos o seu exterior bem acabado, cuidadosamente pintado e limpo. Mas o interior é para poucos.

A Casa representa o lar, a família, a intimidade que protegemos do olhar curioso. E também é o nosso corpo e nossa mente. Não permite que ladrões e estranhos entrem, demarca limites. É a nossa aura. Por mais que seja bonita por fora, ninguém sabe como está o interior. Por fora, bela viola... Cuidado com as aparências.

Dentro dela há segurança, conforto, o amor dos outros membros da família. Dentro dela é possível ser você mesmo, passar o dia de pijama e sem maquiagem. A Casa protege a si mesma, ainda que coisas escusas aconteçam em seu interior. É o centro vital de permanência e liberdade, de descanso depois do esforço, de ser totalmente o próprio (1).

Uma família tende a proteger seus membros e, algumas vezes, esconde os segredos de um deles. Todos temos segredos de família. Algumas famílias colecionam até mesmo pequenos crimes. Na casa e no lar encontra-se a harmonia doméstica e a violência doméstica (1). Família não é aquela de sangue, apenas: é um grupo religioso, uma corporação, os colegas de trabalho. O local de trabalho é a casa para muita gente, pois é nele que passam a maior parte do seu tempo. Nem sempre nos associamos por afinidade e escolha, e somos obrigados a defender os interesses de outros que têm os mesmos interesses que nós. Ninguém corta o próprio braço se ele não comprometer seriamente a saúde do resto do corpo.

A carta inspira solidez, tradição. Uma casa pode durar vários séculos, pode ser o baluarte de um período arquitetônico, de uma era. Indica um período de estabilidade, de segurança.

A casa é uma armadura: um sobrenome, um cargo, uma máscara. Em paralelo com o Lenormand, ela pode passar de refúgio a mecanismo de defesa, da Casa (04) à Torre (19). 

 Novosibirsk Lenormand (fonte)

Quando está em casa negativa, mostra a insegurança, a falta de um teto, a falta de afeto e aceitação emocional. É quando o consulente fica sem chão. É a falta de raízes. O arcano apela ao primeiro chacra, aquele que nos sustenta e nos segura no mundo físico. Mal posicionado, pede cuidado com a maneira com que nos relacionamos com o nosso próprio corpo, com a matéria, com a nossa identidade grupal. Como anda a sua casa? Você negligencia o seu espaço pessoal? A limpeza, a decoração (tem a sua cara ou a cara dos outros membros da família)? É só um lugar onde você dorme ou é o seu refúgio? 

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(1) Martin, Kakhtleen. O LIVRO DOS SÍMBOLOS: Reflexões sobre imagens arquetípicas. Colonia: Editora Taschen, 2012. p. 556.

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