Acabamos com as cartas que mostravam personagens e iniciamos um campo mais abstrato. Dinheiro, abstrato? Não é o próprio naipe de ouros, que representa o que há de mais concreto, a matéria bruta?
O que é o dinheiro? O valor do papel-moeda, do ouro e da prata não depende da matéria com que são feitos, mas da crença que depositamos nesses objetos: escolhemos algo para representar valor, e esse algo que representa o valor é o dinheiro. Nunca confunda: dinheiro não é o valor em si, mas seu símbolo. É um instrumento de troca. E esse jogo confuso entre valor e dinheiro bagunça a vida de muita gente, constrói e destrói relacionamentos, movimenta o consumo e o mercado, mata de fome, mata por matar. Alguns veem nele aquilo que ele pode comprar ou atrair: status, beleza, sucesso.
O Denaro pode dar a liberdade ao proporcionar experiências marcantes, e também retirá-la. Na imagem da carta, vemos um cofre escancarado e vários sacos de moedas e objetos de valor espalhados dentro dele e sobre a mesa. Não se sabe se estão colocando mais dinheiro no cofre ou se alguém acabou de abri-lo, roubá-lo e saiu correndo com o que pôde. Mas ele precisa de proteção máxima: um cofre pesado, com um código de acesso, no cômodo mais seguro da casa. Pois atrai não só o que é bom, mas pessoas interesseiras, sentimentos escusos, crimes, perigos. A precaução para não perdê-lo inclui evitar certos lugares e horários, contratar alarmes e sistemas de segurança que nos prendem em nossa própria residência.
Positivamente, a carta simboliza o sucesso de empreendimento, o custeio de viagens, cursos, passeios. Aconselha o consulente a abrir uma poupança para dias difíceis. Ao lado da Consolante Sorpresa, dinheiro inesperado (e cuidado: dinheiro que vem fácil, vai fácil). Pode mostrar aquela última carta na manga para salvar uma situação, o dinheirinho embaixo do colchão, o troquinho achado na calça.
Negativamente, o movimento contrário indica um desembolso de uma grande quantia. As cartas próximas mostrarão em que situação isso se dá: pagamento de despesas médicas, festa de casamento, viagem etc. Como energia altamente inflamável, seus efeitos são imprevisíveis: um gasto mal feito pode resultar em dívidas difíceis de se livrar.
O cofre encerra as coisas mais valiosas, mas tira-as da vista das pessoas. Esse tesouro é aquilo que temos bem escondido, a faceta que escondemos de nós mesmos. Nosso desejo mais genuíno, o coração mole por trás de uma armadura.
"Dinheiro, como energia, é uma substância neutra que toma a direção da intenção do indivíduo.(...) Pode imiscuir-se na psique humana como substituto para a força da vida." (Myss, Caroline, ANATOMY OF THE SPIRIT. Tradução livre)
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