sábado, 8 de fevereiro de 2014

Pensiero - 6 de Ouros

Um filósofo com roupas gregas perde-se em seus pensamentos, dando as costas ao lindo dia emoldurado pela janela aberta. O crânio e a ampulheta sugerem que ele está mergulhado em questões profundas sobre a vida e a morte, sobre o tempo. O pé da mesa tem um leão alado entalhado. O leão é o fogo, símbolo do espírito. A fumaça do incenso sobre em abundância, mostrando que os pensamentos, da mesma forma, alcançam alturas inimagináveis. 

Seu rosto mostra preocupação. Ele não sabe o que vai escrever nas folhas que tem em volta de si, não sabe se está no caminho certo e se vale a pena registrar a sua linha de raciocínio (mas, pelo tamanho do pergaminho, sabemos que é um raciocínio e tanto). Apesar de dar as costas para o exterior, a janela aberta é sinal de que ele aceita qualquer contribuição que o universo possa lhe dar. Ele está aberto à intuição, representada pelo mar que vislumbramos além. Apesar de parecer um rígido filósofo ou matemático, ele está muito atento aos insights que a sua intuição lhe proporciona. Por isso, ao contrário do Letterato, ele perde menos tempo estudando o pensamento consolidado até então e vai mais à frente, buscando soluções para velhos enigmas e descobrindo tantos outros para a posteridade.

"Mas quanto mais pensava sobre o assunto, tanto mais claro lhe parecia que, no fundo, saber que não se sabe é também uma forma de conhecimento." (Gaarder, Jostein. O MUNDO DE SOFIA)

Ele está sozinho, mas não podemos dizer que é um solitário. Seus pensamentos ocupam a sua mente, ocupam todo o seu mundo. Talvez ele nem perceba as outras pessoas. Imerso em sua elocubrações, pode descuidar-se da limpeza do seu ambiente, dos afazeres cotidianos. Lembra-nos o estereótipo do super-dotado intelectual totalmente desconectado do "mundo real". Apesar disso, muitos deles são responsáveis pela ampliação do nosso conhecimento do mundo e do universo. Como se estivessem, na verdade, mais conectados do que nós. Stephen Hawking é a figura atual mais lembrada. Penso, às vezes, que sua mente é tão imensamente fértil e infinita que ele prescinde do próprio corpo para ser livre. 

Como discutido aqui, a diferença entre ele e o Letterato é exatamente a fertilidade de ideias versus a reprodução delas. O Letterato não vive sem os seus livros, que são suas referências para tudo. O Pensiero tem uma biblioteca dentro de si, que ele mesmo elabora e reinventa diariamente.    

Mas como nem tudo são flores, numa posição negativa esse pode ser um Pensador "do mal". Pessoas inteligentes que usam seu raciocínio para cometer fraudes, delitos, ou simplesmente prejudicar os outros. E também aquelas pessoas que têm o pensamento fixo em algo ou em alguém, como obsessores vivos. Seus pensamentos são tão constantes que se fortificam e direcionam energias (negativas) aos objetos de seus devaneios. 

Vemos aqui um ataque psíquico: um inimigo que emana poderosas energias negativas

Na posição contrária, o Inimigo elaborou um plano cuidadoso de ataque frontal, muitas vezes físico


É preciso sempre respeitar o Pensador. Aquilo que produz pode resultar em um enorme ganho para a humanidade, mas faz estragos tremendos. A força do pensamento é uma faca de dois gumes. 

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